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Ídolos ou Símbolos? O Verdadeiro Sentido das Imagens Sacras

  • Foto do escritor: João Silveira
    João Silveira
  • há 4 dias
  • 2 min de leitura

Atualizado: há 3 dias

"Por que usam imagens em suas igrejas, se a Bíblia proíbe a idolatria?"


Eu entendo o choque. Você abre a Bíblia em Êxodo 20,4 e lê: "Não farás para ti imagem de escultura". Parece um xeque-mate contra as igrejas católicas cheias de estátuas, não é? Mas, na teologia, texto fora de contexto vira pretexto. Precisamos ler a Bíblia inteira para entender o que Deus realmente proibiu.


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O mandamento proíbe a criação de ídolos, ou seja, deuses falsos para serem adorados no lugar do Deus verdadeiro. Deus não é contra a arte; Ele é o Artista Supremo! Se Deus proibisse a fabricação de qualquer estátua religiosa, Ele seria um Deus contraditório.


Quer a prova? Poucos capítulos depois de proibir os ídolos, em Êxodo 25,18-20, o próprio Deus dá uma ordem de serviço a Moisés: "Farás dois querubins de ouro". Ele manda esculpir estátuas de anjos para colocar em cima da Arca da Aliança, o objeto mais sagrado de Israel! Mais tarde, no deserto, Ele manda fazer uma serpente de bronze para curar o povo (Nm 21). E o Templo de Salomão? Era cheio de estátuas de leões, bois e anjos (1Rs 6). Deus aprovou e consagrou aquele templo.


Então, qual é a diferença? A diferença é o uso. Uma imagem se torna um ídolo quando você acredita que ela tem poder próprio ou é uma divindade. Uma imagem é sagrada (ícone) quando serve para elevar sua mente a Deus.


Mas o argumento mais forte vem do Novo Testamento: a Encarnação. No Antigo Testamento, Deus não tinha corpo, rosto ou forma. Desenhá-Lo era inventar uma mentira. Mas em Jesus, Deus se fez visível! "Quem me vê, vê o Pai" (Jo 14,9).


Nós não adoramos o gesso, a madeira ou a tinta. A veneração é o que chamamos de "trânsita": ela passa pela imagem e vai direto para a pessoa representada. É exatamente o que você faz quando beija a foto de alguém que ama e que já partiu. Você não tem sentimentos pelo papel fotográfico; o beijo é para a pessoa. A imagem é apenas o meio de contato visual.


A Resposta Essencial


Acuse um católico de idolatria por ter imagens e você terá que acusar o próprio Deus de contradição. Foi Deus quem mandou esculpir anjos de ouro para a Arca da Aliança e a serpente de bronze. A proibição bíblica é contra ídolos (deuses falsos), não contra ícones (representações sagradas). A diferença é abismal: o ídolo substitui Deus; o ícone aponta para Ele. Além disso, a Encarnação mudou a regra do jogo: Deus se tornou visível em Jesus. Recusar-se a representar Cristo é, no fundo, uma heresia sutil que sugere que Ele não teve um corpo real. A imagem católica é a prova visual de que Deus pisou neste chão, teve um rosto e habitou entre nós. Nós não adoramos a estátua; nós amamos quem ela representa.

 
 
 

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